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A Ansiedade como doença

26 de maio de 2014

Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado da antecipação de perigo, de algo desconhecido, amedrontador ou estranho. Deve ser entendida inicialmente como uma reação emocional normal em relação a certos estímulos do meio ambiente. A origem da resposta ansiosa vem da evolução, de estados primitivos de comportamento comuns a mamíferos superiores, que prepararam o animal para situações de risco iminente. O homem, assim como muitos primatas, teve no desenvolvimento maior do cérebro sua grande arma, assim como o leão tem a velocidade e a mordida poderosa e a cobra tinha os dentes venenosos. Dessa forma, diante de situações de perigo, a ansiedade marcaria um alerta para o animal, preparando o corpo para se ajustar para ações de luta ou de fuga. Falamos, portanto, de um estado psíquico de apreensão, elevação da atenção e de reações físicas corporais concomitantes, uma sensação de palpitação no peito, falta de ar, suar frio e palidez cutânea.

Entretanto, a ansiedade pode se tornar patológica em determinados casos, quando sua intensidade e/ou duração são excessivas, desproporcionais em relação ao estímulo e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo. Por exemplo, um indivíduo pode se sentir fortemente atemorizado ao ver uma mariposa. Levando em consideração de que em uma luta pessoa versus inseto, este certamente levaria a pior, o medo excessivo que fora desencadeado é irreal e, portanto, o pavor é patológico e, assim, pede tratamento.

A ansiedade também pode se manifestar de forma mais branda. Pessoas acometidas por preocupações excessivas e/ou expectativa apreensiva podem estar sofrendo de uma doença de ansiedade. Ocupar a mente obsessivamente com fatos que estão por vir ou ficar pensando que uma tragédia na própria vida é iminente trazem intenso prejuízo da qualidade de vida e da espontaneidade, proporcionando sofrimento, angustia e prejuízo do sono, da capacidade de se concentrar  e se satisfazer, obter alivio ou prazer.

Do ponto de vista psicológico, a ansiedade pode sinalizar uma pressa. Uma expectativa do acontecimento de algum evento no mundo interno que poderia trazer tranqüilidade psíquica.

Do ponto de vista psiquátrico, os sintomas ansiosos são conseqüências de uma disfunção na produção e transmissão em células nervosas de substancias como serotonina, noradrenalina e dopamina.

Assim, o tratamento ideal envolve tanto o uso de medicações que normalizam a ação dessas substancias como a psicoterapia. Nela,  a partir de uma análise do mundo interno, tentar-se-á se entender as causas da eventual impaciência. Por que se está com pressa? Para que direção o mundo interno está orientado? Essa pressa representa realmente as aspirações pessoais do indivíduo ou estão relacionadas a expectativas de outros que foram colocadas de forma impositiva no interior da pessoa de modo que este a carregasse como se fosse algo dele próprio?

Para que se tenha uma cura completa dessa doença e sim, a cura completa é possível, o tratamento multidisciplinar é fundamental. A vida pode ser usufruída de forma plena e para isso é fundamental manter a preocupação, apreensão e o medo em patamares que tragam proteção ao ser humano. Não desespero e sofrimento.